Sinsp não irá dialogar com o governo, diz Janeayre Souto
Segundo sindicalista, qualquer reforma que retire direitos adquiridos não será aceita.

A proposta de reforma da Previdência no âmbito estadual foi apresentada ao Fórum dos Servidores na segunda-feira (2). O documento ainda não é o definitivo e o Governo do Estado abriu um prazo até o próximo dia 17 para que os servidores possam dar sua contribuição antes que ele seja encaminhado à Assembleia Legislativa. Porém, o projeto do Executivo não agradou à maioria dos presentes à reunião.
Pela proposta apresentada, foi preservada a alíquota de 11% para servidores que recebem até R$ 5.839,45, elevando-se até 18%, o que atinge somente salários acima de R$ 20 mil. Um mesmo salário será atingido por múltiplas alíquotas. No salário de um servidor que recebe R$ 21 mil, por exemplo, sobre o valor de até R$ 5.839,45 incide 11%; de R$ 5.839,46 até R$ 10.000,00, incide 14%; de R$ 10.000,01 até R$ 20.000,00, incide 16%; por fim, nos R$ 1 mil restantes de seus vencimentos incidirá a alíquota de 18%.
Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado do Rio Grande do Norte (Sinsp), Janeayre Souto, qualquer reforma que retire direitos adquiridos pelos trabalhadores não será aceita pela categoria. “Fomos contrários à proposta de reforma da Previdência do governo Temer, bem como à reforma do governo Bolsonaro, e não podemos apoiar essa reforma que está sendo proposta a nível local, pois ela é perversa”, afirmou a sindicalista, durante entrevista ao programa RN Acontece, nesta quarta-feira (4).
Na opinião da presidente do Sinsp, a proposta no âmbito
estadual é uma cópia da que foi aprovada pelo Congresso Nacional. “Essa reforma
está penalizando a mulher servidora, aumentou
em sete anos a idade mínima de aposentadoria paras as mulheres, sem
falar que ela taxa os aposentados e pensionistas e acaba com o abono de permanência
do servidor – um direito já conquistado”, destacou Janeayre Souto.
Ela disse ainda não haver condições de se discutir a proposta
apresentada pelo Executivo em um cenário de três folhas de salário atrasadas e
dez anos sem nenhum reajuste salarial para os servidores estaduais. “Ganhamos
zero por cento de reajuste”, lembrou a sindicalista. Segundo Janeayre, o Governo do Estado precisa
fazer o dever de casa e não sacrificar os servidores. Ela defende a extinção das
contratações de terceirizados e dos cargos comissionados. “Não haverá diálogo
do Sinsp com o governo. Vamos para as ruas e dialogar com os deputados
estaduais. Esperamos que os 24 parlamentares tenham bom senso e compreendam a
situação dos servidores”, disse.
Confira a entrevista:
AMS