Bolsonaro sinaliza filiação a novo partido em março
Em 2019, o presidente saiu do PSL após um racha na legenda e permanece sem partido.

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou filiação a um novo partido
político em março. Após não conseguir tirar o Aliança pelo Brasil do
papel, o chefe do Planalto passou a negociar a filiação a uma outra
legenda para tentar a reeleição em 2022 e também levar aliados a uma
nova sigla.
Nesta segunda-feira (25), Bolsonaro foi questionado sobre o partido em
conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. "Em março eu decido, ou
decola o partido ou vou ter que arranjar outro", disse o presidente. "Se
não decolar, a gente vai ter que ter outro partido, se não, não temos
como nos preparar para as eleições de 2022".
Em 2019, Bolsonaro saiu do PSL após um racha no partido. Parlamentares
da legenda se dividiram em uma disputa por espaços internos entre o
presidente da República e o presidente nacional da legenda, Luciano
Bivar. No ano passado, Bolsonaro passou a oferecer cargos e verbas
federais a partidos do Centrão em troca de apoio no Congresso.
Sem partido, Bolsonaro é assediado pelo Centrão para uma filiação. Os
convites vieram de integrantes do Progressistas, PL, PTB, Patriota e
Republicanos. Os filhos Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro migraram
para o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal. O presidente da
República não disse em qual partido pretende se filiar agora.
Na última quarta-feira, 20, Bolsonaro recebeu o senador Jorginho Mello
(PL-SC), vice-líder do governo no Congresso, no Palácio do Planalto para
uma conversa sobre filiação. Conforme o Estadão/Broadcast
revelou, a bancada da legenda no Congresso preparou uma carta
oficializando o convite. Atualmente, o PL tem 43 deputados federais e
três senadores.
Para tirar um partido do papel, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
exige 492 mil assinaturas recolhidas em todo o País. Apoiadores do
presidente tentaram recolher as assinaturas necessárias para as eleições
municipais, sem sucesso. A mobilização foi feita em praças e em igrejas
evangélicas. Na conversa com apoiadores, Bolsonaro admitiu a
dificuldade para cumprir os critérios.
"Muita burocracia, é muito trabalho, certificação de fichas, o tempo
está meio exíguo", disse o presidente. "Não é por mim, eu não estou
fazendo campanha para 2022, mas o pessoal quer disputar e queria estar
em um partido que tivesse simpatia minha".