Plínio de Arruda Sampaio morre aos 83 anos
Político estava internado há cerca de um mês para tratar de um câncer ósseo.

Morreu nesta terça-feira, aos 83 anos, o
candidato à Presidência da República em 2010 pelo PSOL, Plínio de Arruda
Sampaio. Ele estava internado há cerca de um mês no hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo, para tratar de um câncer ósseo. A morte do
ex-deputado foi confirmada pela instituição médica na tarde de hoje.
A descoberta do câncer em uma vértebra torácica aconteceu após Plínio se queixar de fortes dores na coluna.
No final de junho, o Portal da Band conversou com a candidata pelo PSOl à presidência, Luciana Genro, que adiantou que seu estado era terminal.
Trajetória Plínio
Soares de Arruda Sampaio nasceu em São Paulo, em 26 de julho de 1930.
Era casado desde 1955 com a bibliotecária Marietta Ribeiro de Azevedo
Sampaio, com quem teve seis filhos e 12 netos.
Em 1954, militou
na Juventude Universitária Católica e presidiu a Ação Popular,
organização de esquerda surgida no movimento religioso. A vida política
começou em 1958, quando se tornou subchefe da Casa Civil do governador
de São Paulo Carvalho Pinto. Também atuou como secretário de Negócios
Jurídicos e também atuou como secretário do Interior e Justiça na
prefeitura paulista.
Eleito deputado federal, em 1963, pelo PDC
(Partido Democrata Cristão), foi relator do projeto de reforma agrária
do presidente João Goulart. Após o golpe militar de 1964, Plínio foi um
dos cem primeiros políticos cassados pelos militares e viveu doze anos
no exílio. Inicialmente no Chile, trabalhou para a FAO (Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), entre 1965 e 1975.
Também viveu nos Estados Unidos, onde obteve o título de mestre em
desenvolvimento econômico internacional pela Universidade de Cornell e
coordenou projetos de reforma agrária em toda a América Latina e em
diversas nações caribenhas.
Plínio retornou ao Brasil em 1976. Um
dos fundadores do PT, Plínio foi o autor do primeiro estatuto da
legenda. Voltou ao Congresso como deputado federal constituinte, em
1988. Candidatou-se ao governo de São Paulo em 1990 e 2006, sendo
derrotado nas duas situações.
Em 2005, ao discordar dos rumos
tomados pelo PT, desligou-se do partido e filiou-se ao PSOL. Foi
presidente da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária). Em 2010,
candidatou-se à Presidência da República, recebendo 886.816 votos, ou
0,87% do eleitorado.