Congresso realiza sessão solene para abertura do ano legislativo
Cerimônia, na tarde desta quarta-feira, teve a presença do presidente Jair Bolsonaro.

A sessão de abertura do ano legislativo no Congresso Nacional, na tarde desta quarta-feira (3), começou
com provocações entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a
oposição. Parlamentares contrários ao governo soltaram gritos de
"genocida" e "fascista" quando o chefe do Planalto foi chamado para
fazer um discurso na cerimônia.
Após os gritos, parlamentares da base chegaram a gritar "mito" para o presidente.
Bolsonaro, por sua vez, fez uma provocação: "Nos encontramos em 2022",
em referência ao período das próximas eleições presidenciais.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), eleito no cargo com
apoio do Planalto, tentou acalmar os ânimos do plenário e pediu
respeito.
"Não é simplesmente tolerar as divergências, é ter amor às
divergências", afirmou Pacheco, fazendo um apelo por pacificação no novo
ano legislativo.
Ao lado dele, estava o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também apoiado por Bolsonaro.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e o
procurador-geral da Justiça, Augusto Aras, são participantes da
cerimônia.
Bolsonaro chegou ao Congresso de carro e, de máscara, foi recebido pelos presidentes das duas Casas na entrada do prédio.
Discurso
Em aceno à bancada ruralista, o presidente da República, Jair Bolsonaro,
parabenizou parlamentares ligados ao setor do agronegócio e disse que o
setor é a "locomotiva da economia". Durante seu discurso, ele disse que o governo trata o homem do
campo com responsabilidade. "O agronegócio continua sendo a locomotiva
da economia", afirmou Bolsonaro, que foi pessoalmente à cerimônia que
marca o início dos trabalhos do Congresso.
O afago à bancada ruralista não constava do discurso disponibilizado
pelo Palácio do Planalto. Ela ocorre semanas após cobranças públicas de
Bolsonaro para que os parlamentares ligados ao agronegócio apoiassem os
candidatos do governo nas eleições para a presidência da Câmara e do
Senado.
Em seu discurso, Bolsonaro reforçou as pautas prioritárias para a o
governo em 2021. O Executivo espera avançar nas reformas
tributária e a administrativa e nas propostas de equilíbrio das contas
públicas. A agenda de privatizações e concessões também foi mencionada
pelo presidente
O chefe do Executivo ressaltou ainda a atuação do governo durante a
pandemia, com o pagamento do auxílio emergencial e a concessão de
crédito para empresas, entre outras medidas, sem aumento de impostos. Os
esforços do governo para conter o desmatamento ilegal e crimes
ambientais também foram citados.
Bolsonaro também deu destaque para as mudanças na política externa
brasileira - comandada pelo ministro de Relações Exteriores, Ernesto
Araújo, excluído das negociações com a China para a liberação de insumos
e vacinas contra a covid-19.
O presidente comentou a visita nesta quarta-feira do presidente do
Uruguai, Luis Lacalle Pou, e afirmou os presidente de países membros do
Mercosul devem se reunir durante o mês de março.
Vacinação
O presidente Jair Bolsonaro afirmou
que o governo está preparado para executar o plano de vacinação contra
covid-19. "O governo federal se encontra preparado e estruturado em termos
financeiros, organizacionais e logísticos para executar o Plano Nacional
de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19. Com isso, seguimos
envidando todos os esforços para o retorno à normalidade na vida dos
brasileiros", afirmou Bolsonaro, lendo a mensagem.
Após o atraso na distribuição de doses no Brasil, Bolsonaro fez um pacto
com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo
Pacheco (DEM), para priorizar o acesso da vacina a todos os
brasileiros. Para isso, o governo abriu um crédito extraordinário de R$
20 bilhões para compra de doses, citado pelo chefe do Executivo no
discurso.