Brasileiro "Bacurau" vence prêmio do júri no Festival de Cannes
Sul-coreano "Parasite" leva Palma de Ouro no Festival de Cannes.

O Brasil sai em destaque no Festival de Cinema de Cannes deste ano, com mais um filme sendo premiado neste sábado (25). Desta vez, “Bacurau”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, dividiu o Prêmio do Júri com o francês “Les Misérables”. O filme teve as cenas rodadas no município de Parelhas, no Rio Grande do Norte.
A vitória, mesmo com um empate, é a primeira de um filme brasileiro para esta categoria, considerada a terceira mais importante de Cannes – são sete no total, sendo o principal a Palma de Ouro, neste ano dada ao sul-coreano “Parasite”.
O filme de ficção se passa em um povoado no sertão, chamado Bacurau, e tem como marco a morte de uma moradora conhecida, Dona Carmelita. A partir deste episódio, a trama se desenvolve despertando eventos inesperados. A obra deve estrear em salas de cinema no Brasil no segundo semestre.
“A ideia veio em 2009 e decidimos escrever [o filme] juntos. Nós fizemos algumas mudanças para o que temos agora. Foram oito meses trabalhando de segunda a sexta e foi isso”, disse o realizador Juliano Dornelles na entrevista sobre o filme realizada no festival, falando sobre o processo de gravação.
"Trabalhamos para a cultura no Brasil e o que precisamos é de seu apoio", afirmou o diretor Kleber Mendonça Filho ao receber o prêmio, segundo a agência de notícias France Presse.
“Bacurau” é dirigido em parceria com Juliano Dornelles e conta com Sônia Braga no elenco – a atriz estrelou também “Aquarius”, que concorreu ao prêmio principal em 2016. Na nova trama, um povoado do sertão perde uma de suas figuras mais importantes e percebe que sua comunidade foi esquecida.
Bacurau troca as reflexões sobre gentrificação de O Som ao Redor (2012) e do longa com Sônia Braga sobre um edifício do Recife por uma linha de suspense arrebatadora, que deixou a imprensa atônita.
Ano passado quem levou o Prêmio do Júri foi o filme Cafarnaum, de Nadine Labaki. O Prêmio do Júri é entregue desde 1946. Em 2019, o júri do festival é presidido pelo diretor mexicano Alejandro González Iñárritu.
O Brasil já havia ganhado, ontem (24), o primeiro lugar na mostra Um Certo Olhar com o filme A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, do cineasta cearense Karim Ainouz.
A obra é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Martha Batalha, sobre a história de duas irmãs no Rio de Janeiro nos anos 1950.